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Senado, exército e justiça à luz da questão penitenciária, por Roberto Requião

Senado, exército e justiça: racionalidade com responsabilidade nas soluções para a questão penitenciária
por Roberto Requião
Em razão da crise atual, acho oportuno relembrar minha experiência em relação à administração de penitenciárias. Eu fui governador do Paraná por três vezes. Lidei muito com isso. Esse problema foi parte da minha atenção, claro que com as limitações que têm um governador no Brasil.
Essa experiência me leva a acreditar, que esse problema penitenciário tem solução. Quando fui Governador do Paraná, o sistema penitenciário era caótico. Naquela época, seguindo a cartilha neoliberal, o sistema era privatizado. As empresas que disponibilizavam a segurança interna ofereciam um péssimo serviço. Pagavam muito pouco aos funcionários. Preocupavam-se apenas em obter o máximo de lucros com o dinheiro que recebiam do governo estadual.
Ao perceber isso, acabamos com as privatizações e fizemos concursos públicos com salários decentes para os guardas penitenciários. Também construímos 12 penitenciárias e reformamos várias outras. Assim, acreditávamos que estaria resolvido por 20 anos o problema de superlotação carcerária e, portanto, também a viabilidade da recuperação dos presos por todo esse período.
Porém, não foi isso o que aconteceu. Na mesma velocidade que construíamos presídios, eles eram imediatamente superlotados de novos presos. Decidi investigar a causa e encontrei as respostas. A cada penitenciária que inaugurávamos, o sistema judiciário inventava várias prisões provisórias para enchê-las. Aprofundando minha pesquisa, descobri que a subjetividade dos juízes e leis inadequadas são os responsáveis por isto. Devido a pressão que sofrem da mídia e de seu meio social, eles eram levados a mandar os jovens marginalizados para prisões provisórias.  Porém, não tinham nenhuma pressa em julgá-los, por mais injusto, inútil e dispendioso que isso pudesse ser.
No Brasil cerca de 50% dos presos estão em prisões provisórias, muitas das quais referentes a crimes que cuja condenação definitiva nem deveria ser pena de prisão.  No Rio Grande do Norte, 60% dos presos estão em prisão provisória sem condenação. No Paraná 27% não possui sequer defesa, dada a inexistência da defensoria pública na prática. E no Brasil de 70% a 80% dos presos não tem advogado. Nessa situação não podemos evitar a superlotação.
Sabemos que a superlotação acaba transformando um cidadão que, na maioria dos casos, poderia ser facilmente ressocializado, em um criminoso bem treinado a serviço de facções como PCC, Comando Vermelho e a Família do Norte. A superlotação transforma as prisões escolas para o crime.
Quando me tornei senador, encaminhei um projeto de lei que restringia as prisões provisórias. Nele o juiz deveria justificar a prisão, que poderia durar apenas 30 dias.  Caso uma renovação fosse necessária, a aprovação deveria ser feita por um conselho de no mínimo 3 juízes. Esta medida acabaria com a renovação indiscriminada de prisões provisórias e a superlotação.
Outro ponto que auxiliaria positivamente nessa área, é a alteração da lei das drogas. Ela foi criada para evita a punição do usuário, apenas o traficante. O que foi um grande avanço. Mas esta lei tem um erro. Da forma como foi redigida, ela possibilita a livre decisão do juiz sobre quem é usuário ou traficante. Assim, a mesma pressão social e midiática que induz o juiz às prisões provisórias faz ele escolher quem é usuário ou traficante de acordo com a condição ou racial do cidadão. Muitos pensam assim: "pobre com maconha só pode ser traficante, rico só pode ser usuário". Infelizmente isso é um preconceito que ainda é comum.
Adotar minha proposta para as prisões provisórias e acabar com a subjetividade na definição sobre quem é usuário ou traficante são medidas baratas, justas, objetivas e muito eficazes para diminuir a superlotação das prisões.
Porém o governo atual foi no caminho oposto. Ao invés de procurar resolver de vez esta calamidade, o atual presidente Temer, quer colocar o Exército Brasileiro para revistar as prisões. Isto é um aviltamento do Exército Brasileiro. É trazer para o Brasil o desastre que ocorreu no México ao envolver as Forças Armadas em questões de crime organizado. Polícias e agentes penitenciários são os profissionais adequados a este tipo de procedimento. Envolver os militares nisso é degradante para esse tipo de profissional, cuja função é muito diferente, é humilhante para os profissionais que foram treinados para isso e potencialmente desastroso para o país.
Concluindo, não podemos negar que ainda existem preconceitos que vem desde a época da escravidão. Os presos de sempre são os negros, os mais pobres. Enfim, nada vai mudar se mantivermos a arbitrariedade ao juiz de decretar a prisão provisória e condenar qualquer usuário como traficante.
Logo em fevereiro o senado começa a funcionar e nós vamos trabalhar duro para conscientizar os parlamentares e a população sobre essas questões. Todo apoio é bem vindo.
Roberto Requião é senador da República em seu segundo mandato. Foi governador do Paraná por três mandatos, prefeito de Curitiba e deputado estadual. É graduado em direito e jornalismo com pós graduação em urbanismo. 
Blog do Nassif/ Noticiário Militar

Governo propõe até março regras de aposentadoria e carreira para militares, informa Eliseu Padilha

“A carreira deles ficou defasada. Eles não fazem greve, estão sempre disponíveis, acabaram ficando pra trás”, disse o ministro da Casa Civil ao Congresso em Foco

Comandos. Três instrutores punidos com pena de suspensão

Em Portugal





Dois dos instruendos que iniciaram o 127º curso de Comandos morreram em setembro passado 
Dois oficiais e um sargento foram punidos com pena de suspensão, na sequência da morte de dois instruendos em setembro. O Exército aplicou a pena de suspensão a três instrutores dos Comandos, na sequência da morte de dois instruendos no curso iniciado em setembro, soube o DN. Fonte oficial do Exército escusou-se a comentar o caso, argumentando que estão a decorrer os prazos de reclamação.
A pena de suspensão foi aplicada a dois oficiais e um sargento por violação do Regulamento de Disciplina Militar durante a recruta do 127º curso de Comandos, em que um dos instruendos morreu logo no primeiro dia e o segundo, internado na mesma altura, faleceu uma semana depois.
O curso iniciou-se sob temperaturas da ordem dos 40 graus e, segundo os relativos vindos posteriormente a público, os instrutores deram água e alimentos em quantidades inferiores às recomendadas.
A pouca água combinada com o calor elevado levou ainda uma dezena de instruendos a ser internados, alguns com sinais de falência hepática.
A par dos processos disciplinares, o Exército suspendeu temporariamente o 127º curso e anulou as edições seguintes até à implementação das medidas corretivas decorrentes da avaliação extraordinária ordenada pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte.
As mortes levaram também o Ministério Público a abrir processos criminais, o que levou à detenção temporária de vários instrutores para serem presentes a tribunal.
DN Portugal/ Noticiário Militar

Exército esclarece em nota assunto previdenciário divulgado pela mídia


Exército faz varredura em cadeia reativada após massacre em Manaus

Unidade prisional fica localizada no Centro da capital.
Vidal Pessoa foi reaberta para receber presos ameaçados de morte.


G1 Manaus

Homens do Exército Brasileiro fazem uma varredura dentro da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, localizada no Centro de Manaus, na manhã desta terça-feira (31). A cadeia foi reativada para receber presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), após uma rebelião no local terminar com 57 detentos mortos. A matança desencadeou uma crise prisional no país.
A revista conta ainda com a participação de 132 policiais do Comando de Policiamento Especializado (CPE), além de 103 homens do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), totalizando 235 policiais. Na área externa do presídio, homens de Exército estavam de prontidão. Um helicóptero dá apoio à ação.
O perímetro da cadeia foi interditado. A interdição afeta a Avenida Sete de Setembro, entre Visconde Porto Alegre e Castelo Branco.
Agentes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus foram acionados para controlar a passagem de veículos no local.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, deve divulgar um balanço da varredura na Vidal ainda na manhã desta terça.
Reativação de cadeia
A Cadeia Vidal Pessoa foi reaberta no dia 2 de janeiro para a acomodação de presos ameaçados de morte pela facção criminosa Família do Norte (FDN), apontada como responsável pelas 57 mortes no Compaj.
Desde então, a Vidal Pessoa recebeu 284 presos transferidos de presídios do Amazonas por "medida de segurança". A intenção do governo era isolar os membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) dos presos da FDN.
No entanto, mesmo lá eles ainda não estavam seguros. Dias depois, uma outra rebelião que ocorreu na Cadeia Vidal Pessoa no domingo (8) deixou quatro presos mortos e sete feridos.
Apos a transferência, 20 presos levados à Vidal chegaram a ser levados para Unidade Prisional de Itacoatiara, a 270 Km da capital em razão de riscos de mortes.
Um helicóptero dá apoio à ação (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Um helicóptero dá apoio à ação (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
No dia 9, eles foram levados para Itacoatiara porque o grupo estaria recebendo ameaças, segundo a Secretaria Adjunta de Operações (Seaop). No entanto, a estrutura esperada para abrigar os internos na unidade de Itacoatiara não foi constatada e eles retornaram para a Vidal Pessoa.
A cadeia no Centro de Manaus estava desativada desde outubro de 2016 por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por falta de infraestrutura para abrigar os presos.
Exército faz varredura na Vidal Pessoa (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Exército faz varredura na Vidal Pessoa (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Ruas próximas à cadeia foram interditadas (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Ruas próximas à cadeia foram interditadas (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Militares terão idade mínima, teto e tempo de contribuição iguais aos dos demais trabalhadores, diz fonte

Governo planeja incluir as Forças Armadas nas mesmas regras previdenciárias estabelecidas para os demais servidores

Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O governo planeja incluir as Forças Armadas nas mesmas regras previdenciárias estabelecidas para os demais servidores, incluindo a idade mínima de 65 anos, com algumas exceções, e o tempo de contribuição crescente para obter a aposentadoria, além do teto de 5.578 reais para o benefício, disse à Reuters uma alta fonte do governo.
A decisão marca uma virada na posição do governo, que retirou os militares da proposta de regime geral da Previdência e planeja mandar um outro projeto, específico, e que, inicialmente, contemplaria apenas o aumento do tempo de contribuição.
Há duas semanas, o próprio presidente Michel Temer confirmou à Reuters, em entrevista, que haveria um teto para a aposentadoria das Forças Armadas, mas que o valor ainda não estava definido. Segundo a fonte, esse ponto agora está resolvido.
"Será o mesmo teto para todos. Para além disso, a previdência complementar, em que o governo paga uma parte e os servidores, a outra", disse a fonte, que tem envolvimento direto com as negociações.
O projeto separado, disse a fonte, seria porque os militares não teriam um regime de previdência previsto na Constituição e isso terá que ser criado. As regras, no entanto, seguirão o padrão dos demais trabalhadores.
A idade mínima será de 65 anos, mas haverá exceções. "Existem funções que o militar exerce em que ele não pode trabalhar até os 65 anos", justificou a fonte.
O tempo de contribuição também será o mesmo. Com a idade mínima e 25 anos de recolhimento do INSS, o militar poderá se aposentar com 76 por cento do teto da Previdência. A cada ano a mais trabalhado, aumentará o valor da aposentadoria, mas não será mais integral, como é atualmente.
As mudanças ainda estão sendo negociadas em um grupo de trabalho com representantes das Forças Armadas. Mas a fonte reconheceu que as propostas devem desagradar o grupo, que sempre se opôs fortemente a quaisquer mudanças no seu regime de aposentadoria.
A ideia de incluir as Forças Armadas no regime geral da Previdência estava prevista no início das discussões sobre a reforma, mas foi descartada pela resistência dos militares, que ainda receberam apoio integral do ministro da Defesa, Raul Jungmann.
No entanto, as aposentadorias do setor representam 44,8 por cento do déficit da Previdência dos servidores da União, apesar de serem apenas um terço dos funcionários públicos federais, de acordo com um estudo da Comissão de Orçamento da Câmara. O déficit chegou a 50 bilhões de reais em 2016, de acordo com a fonte.
A contribuição dos militares também é inferior a dos demais servidores públicos. Enquanto os civis pagam 11 por cento em cima do salário bruto, o militares pagam apenas 7,5 por cento.
Manter o sistema praticamente como é hoje --a única mudança aceita pelas Forças até agora havia sido a ampliação do tempo de contribuição de 30 para 35 anos-- passou a ser difícil de justificar para o governo.

As mudanças, no entanto, ainda estão sendo negociadas. De acordo com uma outra fonte, a expectativa é que o governo apresente um texto final aos militares, ainda para ser discutido, no final de fevereiro. O governo planeja enviar a proposta e aprovar as mudanças ainda este ano.
Reuters Brasil/ Noticiário Militar

Reforma da Previdência Social exclui integrantes das Forças Armadas

Ministério da Fazenda diz que mudança no regime previdenciário dos militares será realizada posteriormente


No mês de fevereiro o Congresso Nacional deverá continuar as discussões sobre a reforma da Previdência proposta pela equipe econômica do presidente Michel Temer. Entre todas as polêmicas, desde o anúncio da proposta de alteração do sistema previdenciário brasileiro, a exclusão dos integrantes das Forças Armadas é uma questão que deverá ser colocada em estudo pelos parlamentares.
O secretário Marcelo Caetano, do Ministério da Fazenda, afirmou que a mudança no regime previdenciário dos militares será realizada posteriormente, por meio de um projeto de lei específico que contemple as especificidades da carreira.
Os especialistas em Direito Previdenciário acreditam que, apesar da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/16 para os trabalhadores privados, rurais e servidores públicos precisar de ajustes, a decisão de não incluir os militares neste primeiro momento foi correta, pois a carreira tem particularidades que são incompatíveis com os regimes englobados na reforma.


Direito Militar




A advogada especialista em Direito Militar, Maria Regina de Sousa Januário, da Advocacia Januário, explica que a principal característica é que, ao contrário do que ocorre com o trabalhador civil, o militar não se aposenta. “Ao completar 30 anos de efetivo serviço militar, ele é transferido para a reserva remunerada podendo ser, inclusive, novamente convocado para o trabalho”.
De acordo com a advogada, os militares das Forças Armadas “não têm previdência, pois são custeados pelo Tesouro Nacional. E os militares, mesmo na reserva, contribuem para a pensão militar que é destinada aos seus dependentes legais”.
Os militares das Forças Armadas, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, têm Regime Próprio de Previdência Social, previsto no artigo 142, § 3º, inciso X, da Constituição Federal.
O professor e doutor em Direito pela USP Gustavo Filipe Barbosa Garcia informa que os militares das Forças Armadas na inatividade englobam os da reserva remunerada e os reformados. “Os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das Forças Armadas e percebam remuneração da União, estão sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização”.
Já os reformados, segundo o professor, são aqueles que estão dispensados definitivamente da prestação de serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração da União. “Quanto aos militares dos estados e do Distrito Federal, ou seja, no caso dos membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, cabe a cada lei estadual específica dispor sobre os respectivos Regimes Próprios de Previdência Social”, afirma.
Pensão
O professor e autor de obras de Direito Previdenciário Wladimir Novaes Martinez ressalta que a Lei 3.765/60 é a norma orgânica da pensão dos militares. “Ao longo dos 56 anos de sua edição a lei sofreu poucas alterações. Os militares – homens e mulheres - aos 30 anos de serviço são reformados, isto é, de certa forma mantêm vínculo jurídico e fático com as Forças Armadas”.
De acordo com estudos do Ministério da Defesa, o militar contribui em média 62 anos para a pensão militar. Pelas regras atuais, os militares têm uma contribuição mensal de 7,5% de suas remunerações. Este valor não é utilizado para custear uma aposentadoria, mas as pensões as quais os familiares têm direito em caso de morte.
A especialista em Direito Militar explica que no caso de falecimento do militar existe uma ordem de concessão da pensão militar prevista na Lei nº 3.765/60. “Primeiramente, este direito se transmite ao cônjuge, e seguindo esta ordem temos o companheiro ou companheira designada ou que comprove união estável como entidade familiar; pessoa desquitada, separada judicialmente, divorciada do instituidor ou a ex-convivente, desde que percebam pensão alimentícia. Na sequência desta linha estão os filhos ou enteados até 21 anos de idade ou até 24 anos de idade, se estudantes universitários ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; e menor sob guarda ou tutela até 21 anos de idade ou, se estudante universitário, até 24 anos de idade ou, se inválido, enquanto durar a invalidez”.  


Reforma pode trazer prejuízos à categoria
Na visão do advogado João Badari, do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, uma possível reforma na previdência prejudicaria os militares. “Acredito que os militares serão prejudicados com uma reforma em sua previdência. Entretanto, seguindo a linha de pensamento do Governo Federal na reforma para os trabalhadores urbanos, rurais e funcionários públicos, a principal mudança a ser realizada seria na criação da idade mínima para ir a reserva. Além disso, deveria ser estabelecida nova regra sobre cumulação de benefícios, pois o principal argumento do governo em relação aos benefícios dos militares está no aumento da expectativa de vida e as pensões pagas”.
Badari reforça, porém, que “o governo deve respeitar as peculiaridades de suas funções, pois os militares além do risco de morte não possuem diversos direitos trabalhistas”.
Segundo Maria Regina Januário, a profissão militar tem características próprias com relação aos direitos trabalhistas, como por exemplo: os militares não fazem jus a remuneração do trabalho noturno superior ao do trabalho diurno; estão disponíveis 24 horas por dia – dedicação exclusiva - isto é, trabalham muito mais que a média dos trabalhadores da iniciativa privada e servidores civis; não têm direito a repouso semanal remunerado; não têm direito ao adicional de periculosidade e hora extra; os militares não recolhem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); os militares não podem participar de atividades políticas e os militares não podem se sindicalizar.
A especialista revela que, em razão desse regime de dedicação exclusiva, de acordo com estudos realizados pelo Ministério da Defesa, os 30 anos de efetivo serviço militar que é a condição necessária para o militar ser transferido para a reserva remunerada, correspondem na verdade a 44 anos de serviço. “Assim, os militares trabalham muito mais que os trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos civis”.
Sacrifícios
A advogada também ressalta que os militares estão sujeitos a uma grande mobilidade geográfica, as chamadas transferências por necessidade do serviço. “Essa característica impõe sacrifícios não só ao militar, mas para toda a família, já que a mudança constante de cidade dificulta a construção de um patrimônio para a família, prejudica a educação dos filhos e impõe restrições ao cônjuge para que exerça atividade remunerada”.
“Em razão dessas particularidades é que não se deve impor aos militares das Forças Armadas a mesma regra seguida pelos trabalhadores da iniciativa privada. E qualquer mudança que se pensa em fazer deve ser precedida de um estudo aprofundado para não impor ainda mais sacrifícios aos militares, que atualmente são muito mal remunerados, percebendo soldos bem inferiores aos das Polícias Militares de alguns estados, como por exemplo, da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e do Distrito Federal”, pontua Maria Regina Januário.
A questão da proteção social dos militares brasileiros não tem sido bem compreendida pela população, segundo Fábio Zambitte Ibrahim, coordenador do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP). “O militar, tendo em vista o encargo de defender o território nacional e seu povo, seja em tempos de guerra ou paz, exige, para seu fiel cumprimento, parâmetros rigorosos de integridade física e mental. Como é a praxe no mundo, os militares, até pelo elevado desgaste de suas atividades ao longo de suas vidas profissionais, sem qualquer limitação de jornada e outras salvaguardas dos trabalhadores civis, acabam por usufruir de uma inatividade remunerada particular”.
Dados
Em outubro de 2016, um militar da reserva recebia em média R$ 9.522,00 anuais, enquanto os pensionistas, R$ 8.116,00, de acordo com dados do Ministério do Planejamento. Um militar da ativa, por sua vez, recebia em média anual de R$ 4.264,00. A diferença é explicada pelo fato de o contingente em atividade ser maior e incluir patentes mais baixas. Para efeitos de comparação, o benefício médio pago hoje para os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é de R$ 1.862,00.
Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, um projeto de lei complementar com mudanças nas regras previdenciárias para os militares já está em discussão e deve ser enviado à Casa Civil entre janeiro e fevereiro de 2017. Ainda de acordo com o ministro, todas as regras poderiam ser negociadas, inclusive um aumento da contribuição e do tempo de serviço.
De acordo com o ministro da Defesa, o INSS arca somente com as pensões pagas a dependentes dos militares. Para o ministro, o déficit real é de R$ 13,85 bilhões. Já os salários dos inativos e reservistas, de acordo com Jungmann, são pagos pelo próprio Ministério da Defesa.
Mais informações www.previdenciatotal.com.br
A TRIBUNA/ Noticiário Militar

Militares do exército são roubados em Campina Grande do Sul

Ônibus que trazia para Curitiba 42 militares da Força de Pacificação do Complexo da Maré, no Rio, foi roubado na BR-116

Um ônibus com 42 militares do 20º Batalhão de Infantaria Blindado, do Bacacheri, em Curitiba, foi roubado em Campina Grande do Sul, durante a madrugada desta segunda-feira (19). Eles voltavam do Rio de Janeiro, onde participavam da Força de Pacificação do Complexo da Maré. Segundo aPolícia Rodoviária Federal (PRF), os assaltantes levaram carteiras, celulares e relógios das vítimas.
De acordo com a PRF, a ocorrência foi registrada às 2h15 – no Km 1 da BR-116. Segundo relato repassado pelas vítimas aos policiais federais, quatro homens teriam emparelhado um Peugeot com o ônibus e dado ordem de parada. Três deles, então, entraram no fretado e ordenado que o motorista seguisse a viagem.
Durante o percurso, ainda segundo a PRF, os assaltantes recolheram os pertences pessoais dos militares. Apenas uma das vítimas estaria armada. Mas o revólver não estava à mão e também não foi localizado pelos suspeitos.
Aos policiais federais, as vítimas contaram que os assaltantes não perceberam que se tratava de um ônibus fretado pelo Exército. O registro da ocorrência foi realizado no Posto da PRF de Taquari, no KM 56 da BR-116. O roubo também foi registrado na Delegacia de Campina Grande do Sul.

A assessoria de imprensa do Exército não foi localizada pela reportagem para comentar o ocorrido.
Gazeta do Povo/ Noticiário Militar

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Alguns comentários no site da Gazeta do Povo mostram a indignação da população com a violência em nosso país; outros, como já era de se esperar, ridicularizam e fazem graça com o Exército.




Tenente Farinazzo vence a BR 135+

Ultramaratonista juiz-forano completou os 281km da prova mais dura do país, entre Minas e São Paulo, em 41 horas

POR WALLACE MATTOS
Mesmo sendo convidado de última hora e não estando especificamente preparado para uma prova tão longa, o ultramaratonista juiz-forano Marco Farinazzo não decepcionou e venceu a edição 2015 da Brazil 135+. O atleta local correu o percurso de 281km em 41h00min39s entre o início da noite da quarta-feira, dia 14 de janeiro, quando os competidores largaram da paulista São João da Boa Vista, e o início da tarde de sexta-feira, dia 16, quando chegou a Campos do Jordão, também no interior de São Paulo, subindo ao lugar mais alto do pódio na categoria solo no último domingo. Seu parceiro nas duplas, Gérson Sávio, com problema físicos, foi obrigado a desistir no km 63.
Como planejou, Farinazzo usou sua larga experiência de mais de 20 anos em corridas de aventura e provas de longa duração para vencer novamente a BR 135+, competição na qual ele já havia chegado na frente em 2009. Com o aumento do percurso dos 217km tradicionais para 281km, o juiz-forano poupou suas forças para o último trecho. “Chegamos a Campos do Jordão e aí começou um trecho de trilhas no qual somente uma pessoa passava, subindo e descendo os paredões de pedra de lá. Foi muito duro, ainda mais por causa do calor. Mas eu tinha guardado minhas reservas para essa hora. Felizmente, consegui passar e me distanciar dos principais concorrentes por isso. Eles forçaram muito no início e acabaram esgotados”, contou Farinazzo.
Com a vitória em uma das provas mais duras do país, o atleta local pontua no ranking internacional de ultramaratonas e se qualifica para disputar outras provas semelhantes ao redor do mundo. Os convites já chegaram, agora só falta o financiamento. “Fui chamado para correr uma prova em Portugal de 281km também, em março. Já em fevereiro tenho que confirmar a inscrição para uma outra que acontece na Grécia, em novembro. Ainda não sei se irei. Dependo de arranjar patrocínio para conseguir correr. Vou atrás disso nos próximos dias”, anunciou Farinazzo.

Incêndio atinge área do Exército em Carapicuíba

Incêndio na área do 20º GAC L

Imagens aéreas do incêndio que acometeu o 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve - Grupo Bandeirante, localizado em Barueri, São Paulo, na manhã de hoje (19/01). Não há informações de vítimas ou danos às instalações do quartel. As informações são do Portal G1.
G1/ Noticiário Militar

O voo do topete pode custar caro

Investigação: 
O Ministério Público pede à Justiça que o presidente do Senado, Renan Calheiros, perca o cargo e os direitos políticos.
O motivo: uso de jatinho da FAB para fazer implante de cabelo

Na noite de 18 de dezembro de 2013, decretado o fim dos trabalhos legislativos, o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB, estava finalmente liberado para repousar em sua mansão de Maceió, em Alagoas. Reservou o jatinho da Força Aérea Brasileira a que tem direito para voltar para casa. Partiu de Brasília às 22h15 - mas, em vez de pousar em Maceió, pediu para desembarcar no Recife. A paradinha era necessária: fora um ano difícil. Em fevereiro, Renan havia sido denunciado ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República, acusado de desviar dinheiro do Senado. Em junho, havia sido forçado a se trancar no gabinete, para se proteger da fúria dos manifestantes que tentavam invadir o Congresso. Renan estava fatigado. Perdera viço, quilos e cabelos. Não precisava apenas de descanso. Precisava também de um up na autoestima.

Como bom peemedebista, não aceitou serviço pela metade. Exigiu uma funilaria pesada. Primeiro uma blefaroplastia, cirurgia plástica nas pálpebras mais conhecida como "levantadinha no olhar". Depois, um tapa na peruca. Ou melhor, um implante de 10 mil fios de cabelo com um especialista em cocurutos, o doutor Fernando Teixeira Basto Júnior - o responsável pelas novas madeixas de José Dirceu. A depender da perspectiva, o implante deu certo. Os cabelos cresceram como mato seco na careca outrora lunar de Renan. Mas a Procuradoria da República em Brasília não gostou do resultado. Entrou, em segredo, com uma ação de improbidade administrativa contra o presidente do Senado.

ÉPOCA teve acesso ao documento. Nele, os procuradores são severos: pedem que sejam decretadas a perda do cargo e a cassação dos direitos políticos do senador, em razão do uso indevido do jatinho da FAB. O passeio com o jatinho não foi um lapso. Como o jornal Folha de S. Paulo revelou ainda em 2013, seis meses antes da viagem ao Recife, no dia 15 de junho, no auge dos protestos, Renan apanhou irregularmente outro jatinho da FAB. Como presidente do Senado, Renan tem o direito de usar o avião da FAB somente para compromissos oficiais ou para voltar a Alagoas. Naquele dia de junho, um sábado, foi de Maceió a Porto Seguro, na Bahia. Levou a mulher, Verônica, ao casamento de Brenda, filha mais velha do então senador e hoje ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas. A festa aconteceu em Trancoso, a 47 quilômetros de Porto Seguro. Depois da folia para 600 convidados, que teve até show do cantor Latino, a aeronave seguiu de madrugada para Brasília. Renan estava a bordo; Latino, não.

Quando o caso veio a público, Renan devolveu aos cofres públicos os valores relativos aos voos. Pagou R$ 32 mil (voo do cabelo) e R$ 27 mil (voo da festinha). Em vez de escapar da denúncia, acabou, com isso, confessando "o uso indevido do bem público", segundo o MP. "Renan Calheiros, de má-fé, utilizou-se da função que ocupa, de presidente do Senado Federal, para usar, por duas vezes, bem público em proveito próprio, obtendo vantagem patrimonial indevida, em prejuízo econômico ao Erário", diz o procurador Anselmo Lopes, autor da ação. Devolver o dinheiro do custo da viagem não é suficiente. Para Lopes, há sinais de que, no caso da viagem para o casório, Renan tentou enganar o comando da Aeronáutica, induzindo os brigadeiros ao erro de ceder o jatinho. Teria argumentado que se tratava de viagem de caráter institucional. Por isso, o MP pede também indenização por danos morais.

"Apesar de ter ciência da ilegalidade do ato, Calheiros, supondo que não seria descoberto ou, mesmo se descoberto, que não sofreria as sanções legais devidas, não apresentou qualquer constrangimento em continuar se utilizando de bem público federal de altíssimo valor para fins pessoais", diz o procurador. O Ministério Público pede que, se voltar a voar de jatinho da FAB para tratar da cabeleira, ir a casamentos ou por qualquer outro motivo particular, Renan seja multado em R$ 100 mil. Pede ainda que a FAB tenha um controle preventivo que coíba esse tipo de comportamento dos parlamentares, sob pena de também pagar RS 100 mil por voo irregular de qualquer autoridade.
Revista Época/ Noticiário Militar