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Militares querem barrar tatuados

Exército também pretende vetar casados e "arrimos" de família em escolas de formação
Evandro Éboli
BRASÍLIA. A Marinha e o Exército querem impedir tatuados de ingressar nas suas escolas de formação e seguir a carreira militar.
Dois projetos elaborados pelos comandos das duas forças, e enviados pelo Executivo ao Congresso, incluem essa proibição para quem deseja seguir a carreira de oficial e de sargento. Os militares não querem, em seus quadros, oficiais que apresentem tatuagens que façam "alusão a ideologia terrorista ou extremista contrária às instituições democráticas, à violência, a criminalidade, a ideia ou ato libidinoso, a discriminação ou preconceito de raça, credo, sexo ou ainda a ideia ou ato ofensivo às Forças Armadas".
Só que, ano passado, ao sancionar lei semelhante a essas duas, mas para ingresso na Aeronáutica, a presidente Dilma Rousseff vetou a proibição a tatuagens. O argumento de Dilma foi que isso não pode ser requisito ou fator por si só suficiente para exclusão de candidato de concurso público, em especial sem estar acompanhado de parâmetros ou justificativas.
Os textos serão votados hoje na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O relator das duas propostas, o deputado Hugo Napoleão (PSD-PI), deu parecer favorável. No caso da Aeronáutica, o texto barrado por Dilma vetava candidatos que apresentassem "tatuagem no corpo que fique à mostra quando trajando uniforme previsto para a prática de educação física".
Mas o Exército ainda foi além e pediu ao relator para incluir três emendas que restringem ainda mais o ingresso do concursado na carreira militar. Quando o cadete tiver tatuagem, a imagem não pode se estender demais no corpo humano, como grande parte de um ou mais membros, como antebraço, mãos e face. O objetivo, segundo o Exército, é resguardar a impessoalidade caso o militar seja "observado por um inimigo em operações de defesa da Pátria" ou mesmo por marginais em ações de garantia da lei e da ordem. O militar seria alvo de atenção.
Outro exemplo citado é que a camuflagem poderia ficar comprometida se o militar tiver a face toda tatuada. "O anonimato é imprescindível. O uso de tatuagem é incompatível, como exemplo, nas funções desempenhadas pelos atiradores de elite chamados "snipers", treinados em camuflagem, infiltração, reconhecimento e observação no terreno onde se desenvolvem operações militares".
O Exército também quer vetar candidatos que sejam casados e "arrimos" de família.
A Força argumenta que, ao ingressar nas escolas de formação de militar de carreira combatente, como a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e a Escola de Sargentos das Armas (EsSA), e outras15 instituições desse tipo, o jovem precisa ter dedicação exclusiva e integral, "situação não compatível com preocupações de ordem familiar, sejam de caráter psicológico, afetivo, social e financeiro".
O GloboNoticiário Militar  

Prefeitura constrói casas e guarita para quartel do Exército no Paraná

Vila Militar do 13 BIB está em obras
A Prefeitura de Ponta Grossa já iniciou a construção das sete casas e da guarita elevada, como contrapartida para a via alternativa da Avenida General Carlos Cavalcanti
Credito: Christopher Eudes
As obras da segunda etapa do Binário da Carlos Cavalcanti será iniciada assim que as casas forem entregues ao Exército
Já estão em andamento na área do 13º Batalhão de Infantaria Blindado, no Bairro de Uvaranas, a construção de sete casas e mais uma guarita elevada do Corpo da Guarda. As obras que iniciaram no início deste mês pela construtora Nakazima tem um prazo de 180 dias para serem entregues. Paralelo a isso, foram concluídas as quatro quadras da Travessa Mário Alencar, trecho que fica entre a rua Tobias Barreto, nos fundos do 13 BIB, até a Avenida Dom Geraldo Pellanda. Esta é a primeira etapa da obra Binário da Avenida General Carlos Cavalcanti, com investimento previsto em R$ 7 milhões.
Junto com a construção das casas, a Secretaria Municipal de Obras está fazendo a adequação de galerias pluviais, além da instalação da rede de água e esgoto. De acordo com o secretário Celso Santana, assim que as casas estiverem prontas começa a segunda etapa das obras do Binário. Seis casas estão sob a responsabilidade da Construtora Nakazima ao custo de R$ 787.390,14 cada lote de três, e a guarita ao custo de R$ 526.570,90. A sétima casa será construída pela Tecvia, ao custo de R$ 595.691,30. “Só dependemos da entrega da construção das casas para iniciar a segunda etapa, que passa por dentro da Vila Militar”, explica Santana.

Sem vencidos e vencedores (editorial de O Globo)

Nas rupturas institucionais, a “verdade” é a dos vencedores. Em 1964, a aliança política responsável por abortar, pela força, o governo João Goulart, com os militares à frente, inscreveu suas regras na Constituição de 1967, aprovada por um Congresso subjugado pelo regime.
Este reforçaria ainda mais seu controle sobre a sociedade, em 1968, pelo Ato Institucional nº5, a expressão jurídica, em resumo, do golpe desferido pela linha dura contra o grupo de Castelo Branco, o primeiro general-presidente.
Naquele regime, autoritário, não havia espaço para esquerda de qualquer matiz. Inexistiam as liberdades democráticas mais corriqueiras.
Já o fim do regime ocorreu de forma diferente do que acontecera em 64. Não houve ruptura abrupta, mas um processo de descompressão e transferência do poder negociado entre generais e líderes da oposição.
Há peculiaridades no Brasil de 1964 a 1985, ano do fim da ditadura militar com a posse de um presidente civil (José Sarney, vice de Tancredo), ainda eleito pelo Congresso, sem voto direto.
Os militares trataram de manter, mesmo que só formalmente, ritos da democracia representativa: a ditadura cumpria mandatos, o presidente e vice, depois de indicados pelos quartéis, eram ungidos pelo Congresso, e havia eleições para as Casas Legislativas.
Prendia-se por motivos políticos, cassavam-se vereadores, deputados, senadores, ministros do Supremo, mas procurava-se manter um lustro de “democracia”.
O fim do regime também foi atípico. Ele desfaleceu, asfixiado pelo esgotamento do modelo econômico dependente de financiamento externo abundante, monitorado por uma junta de situacionistas e oposicionistas. Tanto que Sarney havia sido suporte do regime militar no Congresso.
A passagem do bastão do poder foi suave, apesar da violência verificada principalmente depois do AI-5, de 13 de dezembro de 68. Até Ernesto Geisel e Golbery vencerem a “tigrada” dos porões.
Em todo fim de ditadura há uma anistia das vítimas do regime. No Brasil, o perdão também passou pela mesa de negociações entre generais e políticos civis da oposição. Tanto que ela foi aprovada pelo Congresso em 1979, ainda num governo militar, o último, do general João Baptista Figueiredo, escolhido por Geisel para sucedê-lo.
E no eixo central da lei negociada foi fixado o perdão recíproco, de agentes públicos envolvidos na repressão e participantes da luta armada pela esquerda. Uma fieira de crimes foi cometida por ambos os lados naquela guerra suja e, muitas vezes, subterrânea.
Considerado este contexto, não se sustenta a campanha que volta a ganhar força, com a proximidade da indicação dos nomes da Comissão da Verdade, para a punição de militares, policiais, agentes de segurança em geral que atuaram nos porões da repressão.
A insustentabilidade legal já foi estabelecida pelo Supremo Tribunal, em 2010, por sete votos a dois, em julgamento de ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra o alcance da Lei de Anistia.
Tentativas de condenar agentes públicos em casos de desaparecimento de corpos, em que se configuram sequestros, não deverão prosperar na Justiça. Mesmo que haja o argumento do “crime continuado”, usado por membros do Ministério Público. E não há sentido político de se retomar esta campanha, com a tentativa de burlar a Lei de Anistia.
Saber o paradeiro de pessoas desaparecidas é outra história. A missão cabe e precisa ser cumprida pela Comissão da Verdade. Mas sem consequências punitivas, por ilegais. Do ponto de vista da Lei de Anistia, a verdade é que não houve vencidos nem vencedores.

Um século de excelência: Colégio Militar de Porto Alegre chega aos cem anos como um dos melhores do Brasil

Conhecido por formar presidentes, Colégio Militar de Porto Alegre completa cem anos de história
Aniversariante, escola formou alunos que ocuparam o mais alto cargo público do país

HUMBERTO TREZZI
humberto.trezzi@zerohora.com.br
Quem adentra nos imponentes recintos do Colégio Militar de Porto Alegre depara com letreiros postados no segundo andar do prédio: CMPA – Colégio dos Presidentes.
Nenhum exagero. A escola formou cinco presidentes da República e na quinta-feira completa cem anos de existência com uma tradição que poderia forjar outro slogan: é também a escola gaúcha que mais aprova candidatos no vestibular.
Dos seus formandos, 64,7% foram aprovados no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2012. Parte do segredo talvez esteja na qualidade dos docentes. Dos 111 professores, 60% têm mestrado ou doutorado.

O que poucos sabem é que a tradição de forjar presidentes – e bons alunos – vem desde o início. Mais precisamente, do berço. A primeira turma de 80 alunos, que ingressaram em 1912, já incluiu dois homens que viriam a ser presidentes do Brasil: Humberto de Alencar Castelo Branco e Arthur da Costa e Silva, ambos marechais do Exército.
Fazia também parte desses alunos pioneiros um terceiro militar, o também marechal Amaury Kruel, que se tornaria ministro da Guerra (comandante das Forças Armadas).
Na parede da secretaria do CMPA é possível ver um retrato desses pioneiros de 1912, com uniforme branco e boné azul de copa alta, similar aos usados no Exército naquela época. Entre eles, Castelo, Kruel e Costa e Silva. Posteriormente, estudaram lá outros militares que viriam a ser presidentes, como Emílio Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo.
Num século marcado por guerras, natural que vários presidentes tenham sido militares e estudado em instituições do gênero. O CMPA é o segundo colégio mais antigo do gênero, no Brasil. Perde em antiguidade, apenas, para o do Rio de Janeiro, fundado em 1889, com a República.
Estudantes do Colégio Militar de Porto Alegre aguardam por futuro promissor
Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
O século 20 terminou, os tempos são outros, e o Colégio Militar também mudou. Desde 1989, por exemplo, aceita meninas. Hoje, dos 1.100 alunos, 43% são do sexo feminino. O ingresso se dá no 6º ano do Ensino Fundamental ou no 1º ano do Ensino Médio. E a procura é tanta que surgiram até cursinhos para os interessados.

Nem no Regime Militar os “milicos” estiveram tão presentes no dia a dia dos brasileiros

Reinaldo Azevedo 
Nem no Regime Militar os “milicos” estiveram tão presentes no dia a dia dos brasileiros
Nem durante o regime militar estes que muitos gostam de chamar “milicos” estiveram tão presentes no dia a dia da população. Recebi de um amigo um texto interessante — não estou certo se é um desses que circulam na Internet sem autoria. O fato é que está cheio de verdades. Como há um trecho na primeira pessoa do plural, deve ter sido redigido por um militar. Leiam! Volto em seguida.

A PF não quer ir pra fronteira porque a diária é pouca? Chamem os milicos.
A PM não quer subir o morro porque é perigoso? Chamem os milicos.
A PM faz greve porque o salário é baixo? Chamem os milicos.
A Anvisa não quer inspecionar gado no campo? Chamem os milicos.
O Ibama não dá conta de fiscalizar os desmatamentos? Chamem os milicos.
Os corruptos ganham milhões e não constroem as estradas? Chamem os milicos.
As chuvas destroem cidades? Chamem os milicos.
Caiu avião no mar ou na selva? Chamem os milicos.
Em caso de calamidades públicas, a Defesa Civil não resolve? Chamem os milicos.
Desabrigados? Chamem os milicos.
A dengue ataca? Chamem os milicos.
O Carnaval, o Ano Novo ou qualquer festa tem pouca segurança? Chamem os milicos.
Certeza de eleições livres? Chamem os milicos.
Presidentes, primeiros-ministros e visitantes importantes de outros países? Chamem os milicos.

Adicional noturno? Não temos!
Periculosidade? Não temos!
Escalas de 24 por 72 horas? Não temos!
Hora extra, PIS, PASEP? Não temos!
Residência fixa? Não temos!
Certeza de descanso no fim de semana? Não temos!
Salário adequado? Não temos!

Acatar todas as ordens para fazer tudo isso e muito mais, ficando longe de nossas famílias, chama-se respeito à hierarquia.
Aceitar tudo isso porque amamos o que fazemos chama-se disciplina.
Quer conhecer alguém que ama o Brasil acima de tudo? Chame um milico!

Voltei
É isso aí! Está em curso, apelando a flagrantes ilegalidades, uma campanha que resulta em óbvia tentativa de desmoralizar as Forças Armadas. Em nome da disciplina, os militares da ativa estão proibidos de se manifestar. Os da reserva, que podem falar (porque amparados em lei), encontram-se sob o assédio de um surto de autoritarismo. De fato, as Forças Armadas estão presentes em todos aqueles eventos, alguns nascidos da mais escancarada incúria de governos civis.
Alguns bobalhões, ao fazer a defesa da revanche, ignorando leis e decisão do Supremo, tentam inculcar nos militares da ativa certa aversão aos da reserva — “afinal, os que estão aí hoje não participaram de 64″, argumentam… É preciso desconhecer o básico da história dos militares do Brasil e do mundo para tornar público argumento tão cretino. Ai do país que tivesse Forças Armadas sem o sentido da lealdade!
Tenho uma idéia melhor: CUMPRIR AS LEIS!

Veja/ Noticiário Militar

Tanque da segunda guerra é retirado de lago após 56 anos


Um Komatsu D375A-2 puxou um tanque abandonado do fundo do lago perto de Johvi, Estonia. O tanque soviético mod. T34/76A ficou estacionado no fundo do lago por 56 anos. De acordo com as especificações, é uma máquina de 27 toneladas que pode chegar à velocidade máxima de 53km/h.
De fevereiro a setembro de 1944, pesadas batalhas foram travadas na estreita faixa de 50 km de largura, na frente de Narva na parte noroeste da Estônia. Mais de 100.000 homens morreram e 300.000 feridos. Durante batalhas no verão de 1944,o tanque foi capturado do exército soviéitico e usado pelo exército alemão.(Este é o motivo de estar pintado com as cores alemãs na parte externa do tanque) Em 19 de Setembro de 1944, tropas alemãs iniciaram uma retirada organizada ao longo da frente de Narva. Suspeita-se que deliberadamente jogaram o tanque dentro do lago, sendo abandonado quando os seus captores abandonaram a área.

Nessa época, um menino local caminhado à beira do Lago Kurtna Matasjarv notou rastros de tanque em direção ao lago, mas sem sinais de saída. Por dois meses ele viu bolhas de ar saírem do lago. Isso lhe deu motivos de acreditar que deveria haver um veículo blindado no fundo do lago. Alguns anos atrás, ele contou a história para o chefe local do clube de história da guerra 'Otsing'. Juntos com outros membros do clube, o Sr. Igor Shedunov iniciou pesquisas de mergulhos no fundo do lago por aproximadamente um ano. Na profundidade de 7 metros eles descobriram o tanque enterrado debaixo de 3 metros de camada de turfa.
Entusiastas do clube, com a liderança do Sr. Shedunov, decidiram puxar o tanque para fora. Em setembro de 2000, foram procurar o Sr.Mr Aleksander Borovkovthe, gerente da firma AS Eesti Polevkivi, para alugar a escavadeira Komatsu D375A-2. Presentemente em atividade, a escavadeira foi fabricada em 1995, e conta com 19.000 horas de operação sem grandes reparos.

A operação resgate começou às 09:00 e foi concluída às 15:00, com diversas paradas técnicas. O peso do tanque em conjunto com a declividade dificultou o trabalho exigindo muito esforço. O D375A-2 trabalhou com força e estilo. O peso do tanque, todo equipado com armamentos, chega a 30 toneladas, exigindo esforço similar. A preocupação era da escavadeira de 68 toneladas ter peso suficiente para não deslizar enquanto tracionava o tanque monte acima.

Depois que o tanque aflorou à superfície, viram que era um troféu de guerra, que tinha sido capturado pelos alemães durante a batalha de Sinimaed (Blue Hills) seis meses antes de ser afundado no lago. Juntas, 116 conchas foram encontradas a bordo. Surpreendentemente, o tanque estava em boas condições, sem NENHUMA FERRUGEM,e TODOS OS SISTEMAS (COM EXCEÇÃO DO MOTOR) estavam em condições de uso. Essa é uma máquina muito rara ainda mais considerando que lutou em ambos os lados com russos e alemães. Existem planos de fazer uma restauração total do tanque. Ele está exposto no museu de história de Guerra que sera fundado na vila de Gorodenko na margem esquerda do Rio Narv.

readteam.awardspace.info/Noticiário Militar

GENERAL DIAS SERÁ HOMENAGEADO POR DEPUTADOS BAIANOS

(Imagem:G1)

O general Gonçalves Dias, comandante da VI Região Militar, ganhou mesmo a simpatia dos grevistas da PM. Dias ficou conhecido após receber um bolo dos manifestantes no dia do seu aniversário, na porta da Assembleia durante o movimento. Prova disso é o título de Cidadão Baiano que irá receber dos deputados Capitão Tadeu e Sargento Isidório, antes do PSB.
Em trecho, a homenagem ressalta com carinho as qualidades do comandante. “Detentor de inteligência rara, todo o povo da Bahia deve a esse brilhante oficial do Exército Brasileiro o fato de não ter havido mortes na história deste Poder Legislativo”.
*Informações da coluna Tempo Presente, jornal A Tarde
Notícias de IpiaúNoticiário Militar 

França espera que decisão sobre compra de caças saia neste ano

DE BRASÍLIA - A França espera uma decisão sobre a compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira para este ano. "Se não for, seria uma desilusão", disse o embaixador francês no Brasil, Yves Saint-Geourgs, a jornalistas.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que espera o fim da novela neste semestre, mas datas vêm sendo especuladas desde que o processo de escolha começou no governo Fernando Henrique Cardoso.
A FAB quer 36 caças multifuncionais, pacotes de armas e transferência tecnológica para capacitar a indústria brasileira. O negócio é estimado em R$ 10 bilhões, mas o valor pode ser ainda maior. A proposta francesa, ofertando o Dassault Rafale, é considerada no mercado mais cara que a dos concorrentes, o Boeing F-18 (EUA) e o Saab Gripen (Suécia).
A fabricante contesta a avaliação, mas não revela valores. O Rafale é hoje o favorito.  



FolhaNoticiário Militar  

Advogado-geral critica ações contra militares

Luís Inácio Adams diz que esforço para processar oficiais da época da ditadura contraria entendimento do Supremo
AGU avalia que nem a denúncia contra o coronel Curió, acusado de praticar sequestros, acabará sendo acolhida
VALDO CRUZ
FELIPE SELIGMAN
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse que não são "adequadas" nem "devem render frutos" as ações do Ministério Público Federal para processar militares que atuaram nas operações contra militantes políticos durante a Guerrilha do Araguaia (1972-1975).
"O esforço do Ministério Público não vai render os frutos que eles pretendem", disse. Segundo ele, as "ações não são adequadas porque estão violando entendimento do Supremo Tribunal Federal". Em 2010, o STF decidiu que a Lei de Anistia, editada em 1979, não pode ser alterada para permitir a punição de militares torturadores.
Na opinião de Adams, não "deve prevalecer" nem mesmo a nova tese levantada na denúncia criminal contra o coronel Sebastião Curió, na qual é acusado de praticar sequestros no Araguaia.
As declarações de Adams sinalizam a posição jurídica do governo sobre o tema, contrastando com afirmações feitas à imprensa pela ministra Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos), que disse ser favorável à abertura de inquérito contra o coronel Curió, solicitada pelo Ministério Público Federal na Justiça de Marabá (PA).
Embasado em decisões anteriores do próprio STF, em dois casos de extradição de militares argentinos, o Ministério Público entrou com ação contra Curió sob o argumento de que o crime de sequestro é permanente, ou seja, só deixa de ser cometido quanto a vítima é encontrada.
Nas duas ocasiões, o tribunal entendeu que os crimes ainda estariam acontecendo, já que as vítimas daqueles militares estrangeiros nunca teriam aparecido. Da mesma forma, no caso dos desaparecidos no Araguaia, o crime ainda seria considerado permanente pois os corpos nunca foram encontrados. Isto é, os crimes continuaram existindo após a Lei de Anistia.
"Eu acho que essa tese não deve prevalecer", disse Adams, alegando ter ficado claro nas discussões do Supremo que a Anistia atingiu todos os fatos acontecidos no período da ditadura, envolvendo tanto militantes como militares.
Ele diz crer que o argumento do STF será confirmado quando o inquérito contra Curió chegar ao tribunal. 

A estratégia do Alemão

Exército permanecerá no complexo dando apoio à varredura do Bope
Antônio Werneck
Um ano e quatro meses após a ocupação dos complexos da Penha e do Alemão por tropas federais, na maior ofensiva contra o crime organizado no estado, militares do Exército iniciam uma nova manobra de guerra com o objetivo de preparar o terreno para a chegada das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região. A estratégia, que será posta em prática dentro de dez dias, prevê um grande cerco e ações para a captura de traficantes que ainda estão escondidos nas 12 favelas que formam os complexos e que devem receber UPPs. O trabalho de varredura ficará a cargo dos policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com apoio de policiais civis.
Os detalhes do plano operacional para a retirada gradual de tropas do Exército foram acertados numa reunião em fevereiro no Comando Militar do Leste (CML) e revelados ontem ao GLOBO pelo general Adriano Pereira Junior, comandante do CML. Ao contrário do que todos imaginavam, o Exército não tem planos para deixar imediatamente a região e vai continuar colaborando com o estado na tomada das comunidades. Enquanto o Bope estiver buscando traficantes e apreendendo armas, drogas e munições escondidas, os militares do Exército ficarão no alto, ocupando a Serra da Misericórdia.
- A situação é que vai ditar nossa movimentação. Já está certo que vamos tomar a Serra da Misericórdia quando entregarmos gradualmente as comunidades. Estamos na região para garantir a segurança da população. Não posso retirar meus homens imediatamente - disse o general Adriano.
Rota de fuga será vigiada por militares
Parte importante das comunidades que estão agora ocupadas pelas forças de pacificação foi erguida sobre a Serra da Misericórdia. O maciço, considerado estratégico pelo Exército, ficou conhecido pelas imagens de traficantes em fuga quando tropas federais e estaduais deram os primeiros passos na retomada da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, em novembro de 2010.
- Vamos ficar na região enquanto a situação não estiver sob o completo controle do estado. Sem risco para a população - informou o general.
Pelo cronograma, ainda sujeito a pequenas alterações, o Bope começa a entrar ainda este mês nos morros da Fazendinha, Itararé e Nova Brasília. Em abril, será a vez dos morros do Alemão, Adeus e Baiana; em maio, os policiais militares ocupam os morros do Sereno, Fé, Chatuba e Caixa D"água. Em junho, o Bope chega às favelas da Vila Cruzeiro e Parque Proletário. O comandante militar do Leste explicou que a retomada do território pelo estado segue um plano operacional traçado em seu gabinete com a presença de José Mariano Beltrame, secretário de Segurança do Rio, e de seus principais assessores e comandantes.
O general também revelou que, durante o período de permanência do Exército na região, os militares acumularam uma quantidade muito grande de informações. Eles identificaram várias pessoas que atuam no tráfico sem nunca terem sido fichadas pela polícia. Mapas, fotos e inúmeras horas de filmagens da movimentação de supostos bandidos e criminosos também serão repassadas ao estado.
- Vamos entregar ao estado, aos comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil, uma quantidade muito grande de informação, dados de inteligência, que reunimos aos longo desses meses. Eu fico muito feliz com os resultados dessas operações - contou o general.
A substituição dos soldados do Exército por policiais militares nas favelas dos complexos do Alemão e da Penha estava prevista para acontecer em outubro de 2011, quando começaria a instalação das UPPs. Mas o governador Sérgio Cabral conseguiu um prazo maior numa reunião em Brasília. Um novo convênio com o Ministério da Defesa selou a permanência das forças federais nas comunidades.
Pelo novo cronograma, assinado no ano passado, o Exército deveria deixar a região até junho deste ano. Mas até mesmo a data de permanência dos militares mudou. Já não se pode falar em saída imediata, mas retirada gradual. Os cerca de 1.600 militares devem ser substituídos por 2.200 policiais militares que estão sendo formados. No início, as operações deverão contar com apoio de policiais do Bope e do Batalhão de Choque. O estado não confirmou os números de policiais nem a quantidade de UPPs, mas existe uma previsão de 12 unidades para cobrir toda a região. Além disso, o Morro do Adeus -- que hoje não integra a região pacificada - passaria a fazer parte da área de cobertura das UPPs.
Tanto a PM quanto os policiais civis entrarão na região com mandados de busca, apreensão e prisão expedidos coletivamente. Em setembro do ano passado, a comunidade chegou a ter o policiamento reforçado após a invasão de traficantes, que trocaram tiros com militares do Exército. Na mesma semana, o comando da Força de Pacificação divulgou um vídeo que, segundo militares, comprovava a presença do tráfico na área ocupada.
Na avaliação do general Adriano, o Exército está cumprindo sua missão. No período de permanência, foram apreendidos 12 fuzis, 17 pistolas e revólveres e muita munição: 3.647 ao todo. Além disso, segundo o comandante, foram recolhidos nas comunidades cerca de 18 mil papelotes de cocaína, 1.200 pedras de crack, 54 quilos de maconha e 1.100 trouxinhas de haxixe. Os militares também encontraram dinheiro: US$30 mil e quase R$90 mil.
- Ainda detivemos 401 pessoas e prendemos outras 226 - disse o general.

Sobre a remuneração dos militares federais

Remuneração dos militares das Forças Armadas

Alexandre Alves Santiago

SOBRE A REMUNERAÇÃO DOS MILITARES FEDERAIS
1. Os Militares Federais Brasileiros constituem a categoria, em todo e serviço público federal, com a menor remuneração média mensal, 26% abaixo da média mensal da Administração Direta (servidores dos ministérios), a categoria que percebe,
entre todos os civis, a menor remuneração no Brasil, segundo dados do Boletim Estatístico de Pessoal nº 176 / Dez de 2010 do MPOG.
A remuneração média mensal dos militares federais equivale a:
– 22,83% do MPU;
– 25,62% do Banco Central;
– 32,00% do Legislativo;
-36,00% do Judiciário;
-74,00% da Administração Direta
(Dados de Dez de 2010)

2. Apesar dessa situação iníqua, de 2001 a 2010, os militares federais receberam um reajustamento acumulado de 141,00%, enquanto que outros setores tiveram, no período, um aumento de :
– MPU 268,14%;
– Judiciário 223,18%;
– BACEN 185,37%;
– Administração Direta 172,06%;
– Legislativo 162,28%.
Portanto, não é verdade que se tenha procurado corrigir a disparidade entre as remunerações dos militares e as dos demais servidores federais; ao contrário, a situação, segundo dados oficiais, vem se agravando, progressivamente, principalmente a partir de 2004 .

Pensem no Pré-Sal, na Amazônia, no Terrorismo, no Narco-Tráfico e nos Desastres Naturais. Você pode estar liquidando a vida do teu neto.
Observador Político/ Noticiário Militar

"Nada fiz de ilegal", diz general autor do "Manifesto à Nação"

Entrevista do General Marcos Felício, que redigiu o "Manifesto à Nação", a jornalista Tânia Monteiro, da Folha de São Paulo

Prezada Tânia:
Publique como está abaixo. Respeitei suas perguntas. Respeite minhas respostas e a pequena pergunta que faço à entrada do escrito e que se segue. Seja fiel ao que escrevi. Agradeço a oportunidade.
Respondendo a Você e a pessoas ditas defensoras dos direitos humanos, inicialmente, pergunto o motivo pelo qual, tendo o Ministro da Defesa tentado proibir e inclusive punir os militares da Reserva e reformados pelo exercício de um direito sagrado, previsto na Constituição Federal, que é o direito da liberdade de expressão, nenhuma das entidades tais como a ABI, ABERT, OAB e a Imprensa escrita, falada e  televisionada, dentre outras,  todas tão ciosas a esse respeito, nada declararam no sentido de que tal direito fosse respeitado. Será porque têm algum ranço ideológico em relação aos militares ou estão domesticadas pelo Governo e suas verbas e benesses?
 
Tânia : Gostaria que o senhor contestasse ou desse sua opinião sobre essa tentativa do Ministério Público de reabrir casos de desaparecidos no período militar e que eles alegam que se trata de crime continuado e, portanto, não beneficiados pela lei da anistia.
Gen Marco Felício : Há procuradores que parecem querer acusar militares por acusar, mesmo ao arrepio da lei. Parece uma tentativa de auto-afirmação ou revanchismo pleno de viés ideológico. A lei da Anistia é clara: Ampla, geral e irrestrita e isto foi confirmado, recentemente, quando a OAB, que a havia aprovado em 1979, visando a pacificação da sociedade brasileira, agora, voltando atrás, entrou no STF com ação defendendo interpretação mais clara do Art 1 no que se refere aos crimes conexos de qualquer natureza, quando relacionados aos crimes políticos. Sem dúvida, pretendia a OAB abrir caminhos, fraturando a tão buscada reconciliação e paz social, para a punição dos agentes do Estado, acusados de crime de tortura. O STF rejeitou a ação, mantendo integralmente a validade da lei. Assim, não há que reabrir casos de desaparecidos no período militar. Entrtetanto, os procuradores, alegam que se trata de crime continuado e, portanto, segundo eles, não beneficiado pela lei da anistia. Trata-se de uma afronta à lei da Anistia que está em pleno vigor ! Repito : Ampla, irrestrita e geral !
 
Tânia : O senhor já foi chamado por alguém, ou recebeu alguma punição?
Gen Marco Felício : Não ! Por qual razão deveria ser chamado ou punido ? Nada fiz de ilegal.
 
Tânia: No Rio, o general Enzo fez uma reunião com os quatro estrelas para "explicar" as razões do governo e conversar sobre os últimos acontecimentos. O senhor sabe se isso já aconteceu em mais alguma outra cidade?
Gen Marco Felício: Soube da reunião no Rio. Não sei do que foi tratado e, também, não sei se alguma outra tenha ocorrido.
 
Tânia : O senhor acha que  tem fundamento reabrir estes casos? Como o senhor classifica esta iniciativa? É revanchismo?
Gen Marco Felício : Não há que reabrir. É ferir a lei da Anistia. É uma forma de revanchismo de cunho ideológico.
 
Tânia: O senhor acha que o governo deveria desestimular este debate?
Gen Marco Felício: Estimulá-lo é buscar o confronto com segmentos da sociedade que querem a conciliação e a paz social. Que se busquem os desaparecidos, se é que existam, sem afrontar a lei da Anistia. Aliás, isso já se faz conduzido pelo Ministério da Defesa, incluso com a participação de militares. Enfatizo, também, que alguns “desaparecidos” já apareceram, “belos e fagueiros”, esperando a provável e robusta indenização que receberão.
 
Tânia : Em alguns países da América Latina os textos das leis de anistia foram revistas e militares estão indo a julgamento e até condenados. O senhor teme que isso possa acontecer no Brasil?
Gen Marco Felício : O caráter nacional brasileiro é completamente diferente daqueles dos demais países latino americanos, fruto da formação de nossa nacionalidade da qual são as nossas Forças Armadas o verdadeiro berço. São, também, as FFAA, responsáveis pela unidade nacional e liberdade de que, hoje, desfrutamos. Por outro lado, nós militares, de qualquer tempo, não podemos nos esquecer do que está gravado nas paredes do Gabinete do Cmt do Exército : “Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas, de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia”. 
 
Tânia : O senhor teme que a comissão da verdade conte a história de um só lado?Gen Marco Felício : A Comissão, pelas declarações das  ministras dos Direitos Humanos e das Políticas para Mulheres, respectivamente, e de outros membros do governo, pela organização da mesma com a indicação de seus membros por quem não pode ser imparcial e pela sua atuação unilateral, visando apenas os agentes do Estado, será a comissão do revanchismo e da inverdade. Há que se dizer, também, da sua inconstitucionalidade. Somente as comissões parlamentares têm, legalmente, o poder que a comissão da verdade terá ilegalmente.
 
Tânia : Muitas pessoas ligadas aos direitos humanos questionam por que militares mais novos, que não participaram do regime de 64, que entraram para a Academia Militar até depois disso, ainda "insistem em defender" o que aconteceu naqueles anos? 
É um caso de defesa dos fatos que aconteceram ou é a necessidade de colocar em julgamento quem matou dos dois lados?
Gen Marco Felício : Porque os militares mais novos conhecem a realidade dos fatos. Nós, os mais antigos, seus formadores, não usamos a mentira. Ensinamos apenas a verdade que os comunistas, hoje, no governo, querem esconder, criando uma nova estória e se mostrando como paladinos da democracia, dos direitos humanos e da justiça, o que nunca o foram. A verdade, a simples verdade, é que aqui queriam implantar uma ditadura do proletariado por meio da luta armada, justificando a violência indiscriminada de que usavam, terrorismo, assassinatos, assaltos, seqüestros e justiçamentos, para atingir tal objetivo. A velha máxima marxista : “Os fins justificam os meios”. Tais assertivas estão claras em livros escritos por ex- militantes comunistas e a venda em qualquer livraria.

Militares são acusados de tortura

Rapaz diz que foi amarrado em árvore e agredido por soldados da Força de Pacificação
Nina Lima
Bernardo Costa bernardo.costa@extra.inf.br
A Polícia Civil e o Exército começam a investigar hoje uma denúncia de que militares da Força de Pacificação da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, torturaram um jovem de 22 anos, morador da favela. Segundo o rapaz, que registrou a ocorrência ontem à tarde na 22ª DP (Penha), o conflito entre moradores e soldados ocorrido no sábado, pouco antes da visita do príncipe Harry ao Complexo do Alemão, foi motivado por pessoas que ficaram revoltadas com seu espancamento. Ele afirma que foi amarrado a uma árvore e levou choques.
O comandante das Forças de Pacificação dos complexos da Penha e do Alemão, general Tomás Miguel Paiva, disse que esta é a denúncia mais grave envolvendo soldados desde a tomada das comunidades, em novembro de 2010. De acordo com ele, será aberto um inquérito na Justiça Militar para apurar os fatos num prazo de 40 dias.
— Nós somos os maiores interessados em esclarecer o ocorrido e vamos até as últimas consequências. Se as suspeitas se confirmarem, afastarei os envolvidos de imediato. Caso tenha havido qualquer ação irregular por parte da tropa, os soldados serão responsabilizados criminalmente. O Exército repugna esta atitude — disse o oficial.
Na tarde de ontem, na porta da 22ª DP (Penha), a vítima deu sua versão. Ele contou que, por volta das 4h30m de anteontem, descia a Vila Cruzeiro com a namorada quando, na Rua 12, foi abordado por uma patrulha do Exército.
— Quando os soldados chegaram, alguns traficantes que estavam por perto correram. Eles, então, me seguraram e disseram que eu tinha de contar para onde os bandidos haviam fugido e revelar em que local escondiam drogas. Eu disse que não sabia — contou o jovem, que teve o braço direito quebrado e sofreu escoriações no rosto.
“Fui levado para a mata, onde me amarraram”
De acordo com o jovem, enquanto a namorada procurava moradores para alertar sobre o ocorrido, ele foi colocado em um jipe no qual estavam nove soldados encapuzados. Eles teriam dito: “Nós vamos te levar para um lugar onde você vai contar tudo”.
— Fui levado a uma mata, onde me amarraram numa árvore e começaram a me agredir. Eles me jogaram água e passaram a me dar choques e borrifadas de spray de pimenta. Quando senti o estalo do braço quebrando, falei para me soltarem que ia contar tudo. Depois que tiraram as algemas eu consegui fugir, rolando numa ribanceira — contou.
O jovem pediu a um amigo para levá-lo ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde foi atendido às 7h30m.
— Quando retornei do hospital, a população já estava revoltada, atirando paus e pedras nos soldados da Força de Pacificação — disse.

Porta-aviões usado vira um problema para Marinha

Seis incêndios no navio em sete anos deixaram quatro mortos e 13 feridos
Militares enfrentam dificuldades para manter os propulsores a vapor e com a falta
de peças de reposição
MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
Maior navio de guerra do hemisfério Sul, o porta-aviões São Paulo virou um problema para a Marinha brasileira, que o comprou da França no ano 2000.
Construído na década de 1960, o navio foi adquirido por US$ 12 milhões. Um porta-aviões novo custaria cerca de US$ 1 bilhão.
A Marinha tem dificuldades com a manutenção dos propulsores a vapor, usados para fazer o porta-aviões se mover, e com a rede elétrica. Faltam ainda peças de reposição e mão de obra capacitada para realizar consertos.
Esses são apenas alguns dos fatores que colocam em risco a vida da tripulação, de cerca de 2.450 Militares.
Em sete anos, quatro tripulantes morreram e 13 ficaram feridos em acidentes no porta-aviões. Houve pelo menos seis grandes incêndios.
No mais recente, em 21 de fevereiro, morreu o marinheiro Carlos Alexandre dos Santos Oliveira, 19.
Por causa desse último incêndio, a embarcação está parada no 1º Distrito Naval, no Rio, há 15 dias. Todos os seus 1.800 compartimentos serão fiscalizados, o que deve demorar dez dias, contados da data de início.
A Marinha tenta amenizar a questão. "Um navio de guerra com propulsão a vapor necessita de ajustes. Os cuidados adotados durante a sua utilização e os investimentos garantem que sua operacionalidade seja mantida", explica a nota assinada pelo contra-almirante Paulo Alves, da assessoria de imprensa da Marinha.
Atualmente existem no mundo 22 porta-aviões em atividade. Eles pertencem às esquadras de nove países. Destes, 11 fazem parte da Marinha dos Estados Unidos.
Especialistas ouvidos pela Folha concordam que, ao manter o São Paulo em atividade, o governo brasileiro procura dar demonstrações de poderio militar.
Ainda mais quando se pensa na defesa do petróleo do pré-sal e da chamada Amazônia Azul, apontada como área de segurança nacional.
Todos fazem coro que a falta de investimentos vem custando vidas. "Investimos pouco e mal, por isso precisamos gastar o tempo todo. O ideal é que fabricássemos nossas peças e diminuíssemos nossa dependência", diz Eduardo Brick, engenheiro e ex-capitão da Marinha.
Quando há avaria é preciso comprar peças na França.
ESGOTO
Há outros problemas. O esgoto produzido a bordo não é tratado. Calcula-se que 800 mil litros diários sejam jogados no mar, sem tratamento, em desacordo com qualquer norma ambiental.
Em nota, a Marinha confirma que o sistema de tratamento de esgoto do porta-aviões só será instalado em 2014.
"O porta-aviões anda e para. A equipe interna precisa estar bem treinada para coordenar esses movimentos, que aumentam as chances de um acidente numa embarcação com a idade que ela tem", avalia o consultor Rômulo Federici, que atua há 30 anos na área de Defesa Nacional.
Federici lembra que, quando foi adquirido da França, a embarcação chegou com o eixo empenado. "Nas manobras, o navio vibrava. Com o tempo piorou", lembra.
Esse foi o motivo da primeira reforma, em 2005. Após cinco anos de idas e vindas a estaleiros, o problema não foi solucionado.
No acidente que matou o marinheiro Oliveira, a suspeita recai sobre a tinta usada nos dormitórios, segundo o Ministério Público Militar.
De acordo com a Marinha, houve um curto-circuito em um ventilador.
"Pedi análise para saber se a tinta é inflamável. Se for, contraria todas as regras de segurança", afirma a procuradora Hevelize Pereira, do Ministério Público Militar.



Contra-almirante argumenta que 'pequenas avarias podem ocorrer'



DO RIO
Em nota assinada pelo contra-almirante Paulo Maurício Alves, a Marinha disse que um navio "com propulsão a vapor necessita de constantes ajustes" e por isso "pequenas avarias podem ocorrer".
"Apesar de ter sido construído na década de 1960, os cuidados adotados durante a sua utilização e os investimentos feitos na modernização garantem que sua operacionalidade seja mantida."
A Marinha afirma que tem um setor específico dedicado ao combate a incêndio e ao controle de avarias.
Explicou que a manutenção "é feita pela Marinha por meio de profissionais Militares e civis que trabalham no arsenal. Quando necessário são efetuadas consultas técnicas à Marinha francesa".
Sobre a falta de tratamento do esgoto, a Marinha disse que vem adotando medidas para que os navios "não emitam efluentes poluentes no mar". Hoje 17 embarcações possuem tratamento de água.

Crimes da Presidente contra os militares da reserva

Por Pedro Ivo Moézia de Lima

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR DA REPÚBLICA EM BRASÍLIA-DF, 

PEDRO IVO MOÉZIA DE LIMA, brasileiro, divorciado, Coronel Reformado do Exército, devidamente identificado, advogando em causa própria, com escritório em Brasília, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, relatar os seguintes fatos que ensejam a atuação do Ministério Público.

O autor desta Representação é sócio efetivo do Clube Militar – Exército, matrícula nº. 324 019(Doc. 01) e declara nesta oportunidade que não cabe qualquer responsabilidade aos Clubes e aos militares da Reserva signatários do “Alerta à Nação ”, pelo contido nesta Representação a não ser que o declarem explicitamente.

No último dia 16 fevereiro de 2012, os Presidentes dos três Clubes Militares das Forças Armadas, insatisfeitos com as declarações desairosas das Ministras MARIA DO ROSÁRIO, da Secretaria dos Direitos Humanos e ELEONORA MENICUCCI, da Secretaria das Mulheres, sobre assunto de interesse dos militares e de não terem merecido uma reprimenda por parte da Presidenta Dilma Rousseff, lançaram uma nota conjunta (Doc. 02) na qual faziam censuras às declarações das Ministras e criticas à Presidenta Dilma por não ter tomado nenhuma atitude contra as declarações das suas duas auxiliares. 

A nota conjunta foi publicada no site dos Clubes e ali permaneceram até o dia 16 de fevereiro próximo passado, dele sendo retirado, segundo jornais de circulação no país por determinação do Ministro da Defesa Celso Amorim, a quem os militares da Reserva não reconhecem qualquer autoridade para fazê-lo. Os Presidentes foram obrigados a retirarem a mensagem do site. Alegou o Ministro que as críticas feitas à Presidenta eram inadmissíveis, e que ela ficou muito irritada com o teor da nota conjunta, principalmente porque a atitude dos militares era um ato de indisciplina, um flagrante desrespeito à sua autoridade de Comandante em chefe das Forças Armadas (Doc. 03).

A retirada da nota do site causou um grande mal estar entre os associados, principalmente entre aqueles já na Reserva, que se espalhou rapidamente entre os demais Militares das três Forças, inclusive no pessoal da ativa. Houve discussões acaloradas entre os militares que resolveram redigir uma declaração intitulada “ALERTA À NAÇÃO” (Doc. 09) para que fosse posta nos sites dos Clubes. O Manifesto ratificava em todos os termos a nota conjunta dos Presidentes e tecia outras considerações.

O Manifesto rapidamente ganhou corpo com centenas de assinaturas de militares de todas as patentes, desde Oficiais Generais de Exército até Soldado. E o que é muito estimulante: centenas de civis, inclusive um Desembargador. O número de adesões continua aumentando extraordinariamente.

Como era de se esperar, o “Manifesto à Nação” também desagradou a cúpula do Governo que o considerou um ato de indisciplina e o Ministro da Defesa Celso Amorim, certamente cumprindo ordens da Presidenta da República, determinou aos Comandantes das três Forças que aplicassem punição que julgassem conveniente nos signatários do documento acima referido ( Doc. 04, 05, 06, 07 e 08 ). 

Digno representante do MPF, os Clubes Militares são associações civis, de Direito Privado, legalmente constituídos dentro da legislação pertinente, possuindo Estatutos registrados em Cartório como manda a lei, não subordinadas a quem quer que seja a não ser a sua Diretoria, eleita por seu quadro social, tendo mais de cento e vinte anos de gloriosa existência. Anos de luta, determinação, conquistas, vitórias e de participação efetiva em casos relevantes da História da Pátria.

A intervenção do Ministro da Defesa em assuntos internos dos Clubes Militares foi uma truculência, um ato arbitrário, um ato de força, uma intromissão indevida em assuntos que não lhes dizem respeito e que fogem da sua esfera de atribuições.

Os Clubes Militares e assim os militares da Reserva signatários agiram dentro dos limites da lei. Não cometeram qualquer ato de indisciplina, não infringiram qualquer lei, código ou regulamento. Suas declarações - nota conjuntas e Manifesto à Nação - foram vazadas em termos firmes, sérios e incisivos, mas, ao mesmo tempo protocolares, educados e respeitosos. Em nenhum momento pôs em dúvida a autoridade da Presidente ou do Ministro da Defesa.

O direito de livre expressão e manifestação, bem como fazer criticas sobre assunto de qualquer natureza, guardados os limites da lei, é assegurado aos militares da reserva por diversos dispositivos legais, se não vejamos;

Art. 5º da Constituição Federal:

II - ninguém é obrigado a fazer.......................

IV – é livre a manifestação do...........................

VI – é inviolável a liberdade de consciência .....

VIII - ninguém será privado dos ......................

IX – é livre a expressão da atividade ................

X – são invioláveis a intimidade .......................

XVII - é plena a liberdade de associação.........

XVIII - a criação de associações .......................

XXXVI – a lei não prejudicará o ........................

Art. 220 da Constituição Federal: 

É livre a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observados o disposto nesta Constituição.

§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística...........................;

§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Lei 7524/ 86:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA faz saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Respeitados os limites estabelecidos na lei civil, é facultado ao militar inativo, independentemente das disposições constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar livremente sobre assunto político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público.

Como se pode depreender os Clubes Militares e os militares da Reserva não cometeram qualquer ato ilegal, não violaram lei, normas, regulamentos ou códigos. Não cometeram atos de indisciplina, muito menos contestaram a autoridade de quem quer que seja.

O mesmo não se pode dizer do Ministro da Defesa, que agiu de maneira intempestiva, ao arrepio da lei, por iniciativa própria ou a mando da Presidente.

Violou dispositivos constitucionais notadamente:

Art. 5º, IV, VIII, IX e XVIII (todos já explicitados acima).

Art. 220 e seus parágrafos (todos já explicitados acima).

A Lei nº. 7524 de 1986, já explicitada acima.

Portanto, perfeitamente enquadrados, Presidenta ou Ministro da Defesa, no Art. 85 da Constituição Federal que decreta: 

Art. 85/CF:

São crimes de responsabilidade, atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

............

III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

...........

VII – o cumprimento das leis e decisões judiciais.

Os crimes contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais estão capitulados no Art. 7º da Lei 1079/50, ainda em vigor que decreta:

Art. 7º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:

.............. 

5 - servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua;

7 - incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina;

8 - provocar animosidade entre as classes armadas ou contra elas, ou delas contra as instituições civis;

9 - violar patentemente qualquer direito ou garantia individual constante do art. 141 e bem assim os direitos sociais assegurados no artigo 157 da Constituição; 

A mesma Lei 1079/50, define quais são os crimes de responsabilidade em que pode ter incorrido o Ministro da Defesa, se não vejamos o que prescreve:

Art. 13. São crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado;

1 - os atos definidos nesta lei, quando por eles praticados ou ordenados;

2 - os atos previstos nesta lei que os Ministros assinarem com o Presidente da República ou por ordem deste praticarem; 

Não se trata aqui de questionar a relevância ou não do conteúdo da nota conjunta dos Presidentes dos Clubes e do Manifesto à Nação dos militares da Reserva, que estão dentro dos limites que a lei permite para o exercício pleno dos seus direitos de livre expressão e manifestação dos seus sentimentos e pensamentos.

O que se questiona é a violência, é o arbítrio, é o abuso de poder, é a truculência, é a intromissão indevida na coisa particular, é o descumprimento da lei, é a violentação da Constituição, é o descumprimento da lei máxima da nossa Pátria, o que é inadmissível numa Democracia, num governo que diz vivermos um “ Estado Democrático e de Direito”. 

Plagiando uma frase de MARTIM LUTHER KING, 

“O me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.

Eu diria:

Como brasileiro, me preocupa, sim, o grito dos maus, o que os Governantes, os corruptos e os todo poderosos, fazem com o nosso país, mas, me preocupa muito mais o silêncio dos bons. Onde estão os defensores da liberdade, das leis, da Democracia? Onde estão a ABI, a ABERT, a OAB, a imprensa escrita, falada e televisionada, etc., que não disseram uma só palavra, não escreveram uma só linha, sobre as violências sofridas pelos Clubes Militares e militares das Reserva, por autoridades do Governo? 

Os militares, não querem que falem em sua defesa, pois sabem muito bem como, onde, e contra quem se defenderem, além do mais, tem como seus maiores defensores o povo brasileiro que considera as Forças Amadas como a Instituição de maior credibilidade da Brasil. Queremos que falem em defesa da nação brasileira, lei, da liberdade, da Constituição e da Democracia. Não queremos crer que os “bons” só se manifestem quando têm algum interesse, quando os seus direitos e garantia é que estão ameaçados.

Digno Representante do Ministério Público Federal, os fatos cima narrados, por serem de interesse não só dos militares da reserva, mas de toda a nação brasileira, por representarem uma ameaça aos direitos e garantias fundamentais das pessoas, assegurados pela nossa lei máxima e à Democracia ensejam intervenção imediata desse MPF, para apurar responsabilidade de autoridades do Governo, nos fatos acima narrados, a fim de impedir que passemos de uma “DITADURA BRANCA” que já vivemos, para uma “DITADURA DE FATO”, que os terroristas de ontem, alguns hoje no Governo, segundo juram, “tanto lutaram para acabar”.

O que se requer, dito tudo isso, é que seja aberto o competente procedimento administrativo penal para que sejam apuradas as possíveis práticas de crimes de responsabilidade pelas autoridades públicas acima nomeadas, Presidente da República e Ministro de Estado (DEFESA), Dilma Rousseff e Celso Amorim, quando ordenaram a censura da manifestação de muitos brasileiros em recentes acontecimentos.

Nestes termos,

Pede deferimento. 

Brasília/DF, 09 de março de 2012.

PEDRO IVO MOÉZIA DE LIMA

OAB/DF 14858